A ansiedade é a condição de saúde mental que mais atinge crianças e adolescentes.
A psicoeducação, ou seja, reconhecer a condição de saúde mental e receber orientações sobre a ansiedade, é o primeiro passo a ser tomado em qualquer transtorno de ansiedade.

Por isso, vou contar um pouco para vocês sobre os principais transtornos ansiosos:
Existem vários diagnósticos que entram no guarda-chuva da ansiedade, como a ansiedade generalizada, o transtorno de pânico, a ansiedade de separação, a fobia social, entre outros.
– Ansiedade Generalizada: É um estado de tensão duradouro, mas ainda assim flutuante. Ou seja, não é restrita a circunstâncias específicas e pode não estar presente em todos os momentos. Os sintomas dominantes são variáveis, mas incluem nervosismo, tremores, tensão muscular, sudorese, tontura, palpitações e desconforto epigástrico. Preocupações excessivas ocorrem com alta frequência, como medo de adoecer ou sofrer algum acidente.
– Ansiedade de Separação: O foco da ansiedade é a separação do grupo de apoio primário ou a expectativa dessa separação. Um certo grau de ansiedade nesse contexto é normal, mas pode ser patológica quando: é muito intensa; persiste além dos primeiros anos; prejudica a socialização.
– Transtorno de Pânico: A criança tem episódios imprevisíveis, agudos e súbitos, com sintomas físicos intensos, como palpitações, dor no peito, falta de ar e tontura. Nas crises de pânico, também é comum ter medo de morrer, de perder o controle ou de enlouquecer.

– Fobia Social: Consiste em um medo intenso e na evitação de situações sociais. Sintomas físicos ocorrem ao enfrentar essas situações: vermelhidão no rosto ou outras partes do corpo, tremores, enjoo e vontade de ir ao banheiro. É comum que os sintomas evoluam para ataques de pânico. Baixa autoestima e medo de críticas costumam acompanhar a fobia social.
E agora? Se os sintomas são muito intensos, qual tipo de ajuda e intervenção posso procurar?
A intervenção com psicoterapia conduzida por um psicólogo é indicada em todos os casos de ansiedade. Essa abordagem visa reconhecer os sintomas ansiosos, identificar gatilhos que desencadeiam o sofrimento, bem como estabelecer estratégias para reduzir a frequência, a intensidade e a duração dos episódios de ansiedade.
A atividade física também é muito interessante no contexto da ansiedade. Além dos benefícios para o corpo e para o humor, durante a realização de exercícios, nosso corpo passa por mudanças fisiológicas como: aumento da frequência cardíaca e respiratória, sudorese e ativação dos grupos musculares. Entrar em contato com essas mudanças fisiológicas em uma situação prazerosa pode ajudar a pessoa a perceber os sintomas físicos dos episódios de ansiedade de maneira mais consciente.
E tratamentos medicamentosos?
O uso de psicofármacos para ansiedade é indicado em casos graves, nos quais os quadros ansiosos provoquem impacto intenso nas atividades escolares, familiares e sociais. Os medicamentos com melhor perfil de efeitos colaterais utilizados para ansiedade, os Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (Fluoxetina, Sertralina, Escitalopram, Fluvoxamina), possuem segurança bem estabelecida a partir dos 6 aos 8 anos de idade, dependendo da medicação.

É importantíssimo ressaltar que, quando houver a indicação do uso de medicação, o ideal é que o tratamento psicofarmacológico seja acompanhado de psicoterapia. A combinação de psicoterapia e psicofármaco no tratamento de transtornos ansiosos demonstra maior eficácia e menor taxa de recidiva.
Estão passando por um quadro grave? Procure ajuda! Estamos à disposição!